quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Resumo da aula de 29/01/2008

Por Andreia Azevedo

Última aula do 1º Semestre... mas nada acaba aqui...

Relativamente à aula de ontém, só me acorrem seis frases para apresentar como resumo... (corrija-me quem conseguir melhor).

Teoria vs Prática. "A teoria é um projecto de realidade que muitas das vezes é utópico".

2ª As regras sociais que são importantes em qualquer área, e que muitas das vezes nos esquecemos que as adquirimos. Torna-se algo instintivo e tão banal que muitas das vezes ignoramos.

3ª Como poderá ser importante o manejo das respectivas regras no mundo profissional (neste caso editorial), seja para que situação for.

4ª Saber ler nas entrelinhas. Os bastidores.

5ª Jogo de negociação entre o que eu posso e o que eu devo. A multiplicidade do nosso "eu"...

6ª Foi apresentado em aula, um modelo de contrato editorial.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Resumo da aula de 22/01/08

Por Andreia Azevedo

Na penúltima aula de Teoria da Edição fizemos uma retrospectiva do programa e do que foi dado ao longo deste semestre.
Falou-se ainda do "editor enquanto designer, cuja missão é tornar o livro: mais vendável, mais legível e mais transportável".
O nr. de exemplares que são dados pelas editoras. A relação entre editor e livreiro (quem deve a quem).
O facto de existirem editores que procuram a ribalta e de como isso vai contra o verdadeiro papel do editor.
Falamos ainda de editores que sugerem livros. Editores que procuram autores, sugerindo-lhes temas para a escrita.

A circulação de livros que iniciamos há 3 aulas atrás continua... esperemos que dê bons frutos...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Por: João Santos


Artigo do DN acerca do mercado livreiro em Portugal (sempre algo relativamente útil a ler):


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Por Andreia Azevedo

Saíram hoje, no DN, dois artigos que me parecem bastante interessantes.

O primeiro que aqui deixo o link, relatando o fenómeno compulsivo, e cada vez mais expansivo, dos livros pirateados:

http://dn.sapo.pt/2008/01/22/artes/150_euros_livros_pirateados_2007.html

O segundo, faz referência às dívidas das Leiloeiras, no que diz respeito aos direitos de autor:

http://dn.sapo.pt/2008/01/22/artes/leiloeiras_devem_mil_euros_direitos_.html

sábado, 19 de janeiro de 2008

Por Andreia Azevedo




Direitos de autor: o que protege um autor juridicamente, a publicação no estrangeiro, a tradução do original, comprar direitos autorais, de que modo os direitos de autor estão em consonância com os contratos assinados, os livros na internet, a reprodução de originais (fotocópias), etc...
É um tema interessante e controverso...
Não é só de "poesia" que vive o livro e convém sempre ter "os pés bem assentes na terra"


Parece-me interessante este site, aqui fica a sugestão: http://www.gda.pt/

Resumo da aula de 15/01/08

Por Andreia Azevedo

Entrada na sala, várias questões colocados sobre o quadro e bora lá pensar..

1ª questão (no início da aula, resposta no termino da mesma):
Como pode um pequeno editor conseguir autores desejados por grandes casas?

2ª questão: Do que estar dependente?
Do autor?
Da obra-prima desse ano?
Do Best-Seller?
Do mercado?

3ª questão: Como responder às expectativas, do autor, do mercado ou de outros autores?

4ª questão: editor "grande" e editor "pequeno"

Falamos ainda do papel das grandes feiras do livro (Frankfurt, principalmente). Se por um lado perderam algum do seu poder devido ao desenvolvimento de novos meios de comunicação, por outro, não deixam de ser um acto social, um mostra de quem tem dinheiro.

Os autores editores, as características de um bom editor, fidelidade vs exclusividade entre editor e autor, foram outros dos temas tratados.

O grosso modo da aula foi ocupado com a resposta à pergunta: qual o processo entre editor e autor. Claro está, intercalando com outros assuntos que eram pertinentes no decorrer da discussão.

Ah, é verdade, pelo catálogo é a resposta à primeira questão.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Novidades culturais

Por Carlos Pinheiro

Olá a todos, caros colegas. É a primeira vez que escrevo para o blogue. Faço-o com muito prazer e com o objectivo de pôr à disposição de todos algumas sugestões culturais que me parecem interessantes. Sempre que puder, espero participar mais vezes neste meio de comunicação. Seleccionei então sete informações que explicarei resumidamente.

1. Espectáculo sobre Fernando Pessoa

Para quem gosta de teatro e/ou da obra de Fernando Pessoa, está em cena até dia 26 de Janeiro de 2008 no Teatro D. Maria II a peça “Turismo Infinito” a partir de textos de Fernando Pessoa e de três cartas de Ofélia Queirós. Transcrevo seguidamente dois excertos de uma crítica ao espectáculo saída num jornal diário.
“Sou a cena viva onde passam vários actores representando várias peças.” A frase que Bernardo Soares escreve pelo punho de Fernando Pessoa é uma das muitas epígrafes possíveis de Turismo Infinito, espectáculo em que Ricardo Pais dobra a esquina de diversas sínteses, empreendendo uma viagem ao fulgurante universo de Fernando Pessoa. O impressivo dispositivo cénico concebido por Manuel Aires Mateus figura a psyche de Pessoa, “porto infinito” onde chegam ou de onde partem o guarda-livros Bernardo Soares, o histérico e futurista Álvaro de Campos, o interseccionista “Fernando Pessoa” e o bucólico mestre Alberto Caeiro.
Também Ofélia Queirós – a mulher com quem o poeta teve o único envolvimento amoroso conhecido – é convocada pela dramaturgia finamente urdida por António M. Feijó, que supera a redutora clivagem entre “vida” e “obra”, e põe em relevo alguns ritmos maiores do universo Pessoa. De novo com João Reis no elenco quase residente do TNSJ, mas também com a inspirada inventividade de colaboradores que o acompanham desde 2003, Ricardo Pais experimenta a performatividade da(s) escrita(s) de Pessoa, tecendo um poderoso enredo de estímulos auro-visuais e pondo-nos em contacto com a obra de um homem que, de modo heróico, pretendeu – e conseguiu – “introduzir beleza no mundo”.
Ficha técnica
encenação RICARDO PAIScom a colaboração de NUNO CARDOSOdispositivo cénico MANUEL AIRES MATEUS figurinos BERNARDO MONTEIRO desenho de luz NUNO MEIRAsonoplastia FRANCISCO LEALvoz elocução JOÃO HENRIQUES
COM
JOÃO REIS EMÍLIA SILVESTRE PEDRO ALMENDRAJOSÉ EDUARDO SILVA LUÍS ARAÚJO
Sala Garrett
3ª a SÁB. 21h30 DOM. 16h00

Para mais informações, dirijam-se às instalações do teatro (Praça D. Pedro IV, 1100 – 021 Lisboa), consultem o site http://www.teatro-dmaria.pt/ ou utilizem o número de telefone 21 325 08 35.

2. Colecção Berardo no Centro Cultural de Belém

A exposição de arte contemporânea da colecção Berardo patente no CCB pode ser visitada gratuitamente durante os próximos meses. Não consegui, contudo, apurar até quando exactamente se pode usufruir desta “borla”. Se alguém souber, acrescente posteriormente, por favor. Acho que uma exposição destas é imperdível, ainda por cima sem pagar nada.

3. Reabertura do Café Gelo

Li numa curta notícia da edição de Janeiro da revista Os Meus Livros que o mítico Café Gelo, situado no Rossio, em Lisboa, ponto de encontro da geração surrealista portuguesa, foi remodelado e abriu ao público recentemente. Mais um local de convívio emblemático da cidade a juntar a tantos outros absolutamente fascinantes e carregados de muita(s) história(s) que vale a pena visitar.

4. Harry Potter

Para quem se interessa pelo maravilhoso mundo da magia, a editora portuguesa da saga deste jovem feiticeiro criou um site com toda a informação a seu respeito. Dados sobre os livros, as personagens, a autora e todo o universo que os rodeia, incluindo capas, desenhos, notícias, curiosidades e muita informação factual sobre o enredo. Visitem o endereço http://www.presenca.pt/harrypotter/.

5. Livros antigos e não só on-line

São raros os alfarrabistas que têm site, e mais ainda os que mantêm um catálogo actualizado e com imagens. A In-Libris presta assim um bom serviço aos amantes do livro, permitindo inclusive compras on-line. Tudo isto disponível no endereço http://www.in-libris.pt/.

6. II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa

Nos próximos dias 24 e 25 de Janeiro de 2008, vai decorrer no auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria o II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa. Serão abordados diversos temas tais como as relações entre Jornalismo e Literatura, a Literatura no Feminino e a Ciberliteratura. Estarão presentes vários autores contemporâneos, com destaque para Rui Zink, Nuno Júdice, Carlos Pinto Coelho, Ana Maria Magalhães e José Jorge Letria. Para mais informações e eventuais inscrições, consultem o site http://wwwipleiria.pt/ ou falem com o Professor Rui Zink.

7. Correntes d’Escritas

De 13 a 16 de Fevereiro de 2008, vai decorrer na Póvoa de Varzim o 9.º Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, também conhecido como Correntes d’Escritas. Para mais informações e eventuais inscrições, consultem o site http://www.cm-varzim.pt/go/correntesdescritas ou falem com o Professor Rui Zink, um dos muitos participantes neste ilustre acontecimento.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

As mais belas Bibliotecas do Mundo...

Por Andreia Azevedo

São inúmeras e cada uma mais bela do que a outra...
Aqui fica um abrir de apetite, se tiverem interesse vejam mais em: http://curiousexpeditions.org/2007/09/a_librophiliacs_love_letter_1.html

Marvel desenhada em português

De acordo com vários jornais (aqui deixo um) da última semana o ilustrador português João Lemos vai assinar os desenhos do primeiro volume da série Avengers Fairy Tales. Esta série consiste no cruzamento do imaginário dos Avengers da Marvel (Iron Man, Capitão América entre outros) com personagens de histórias de contos de fadas, neste caso do Peter Pan.

Quanto a pormenores de quem é quem ainda não há certezas absolutas mas são avançadas algumas hipóteses. Super-heróis à parte importa realçar dois aspectos importantes.

A) Esta oportunidade surgiu quando o ilustrador e um responsável da Marvel se encontraram num festival de banda desenhada em França (apresentações, festivais e outros acontecimentos mais do que manifestações sociais devem ser vistos como locais onde se travam conhecimentos que podem abrir-nos todo um mundo novo de oportunidades).

B) Trabalhar para a Marvel dá dinheiro e poucas pessoas recusariam uma oportunidade destas (seja a Marvel ou qualquer outro gigante editorial)


Nuno Fernandes

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Por Andreia Azevedo

Recebi por e-mail a informação e aqui se partilha...

CONVITE
Clássicos na Bulhosa
Projecto e direcção de Silvina Pereira

Na próxima terça-feira, dia 15 de Janeiro de 2008, pelas 18h30, terá lugar na livraria Bulhosa de Entrecampos a sessão inaugural do projecto Clássicos na Bulhosa, a desenvolver ao longo do primeiro semestre de 2008.
Nesta primeira sessão dedicada a Sá de Miranda serão lidos, na primeira parte, excertos da obra Os Vilhalpandos, interpretados por Alexandre Ferreira, Carmen Santos, Filipe Petronilho,
Isabel Fernandes, Júlio Martín, Margarida Rosa Rodrigues e Silvina Pereira.

A segunda parte constará de um debate com a presença de José Camões visando uma reflexão sobre a obra de Sá de Miranda e a Comédia Clássica Renascentista Portuguesa.

domingo, 13 de janeiro de 2008

A Tasca do Careca

Na passada 4ª feira, 9 de Janeiro, sensivelmente metade da turma - a outra metade não pôde ir mas teve pena - reuniu-se para celebrar o aniversário do Menino Jesus, a entrada de 2008 e demais datas importantes no calendário das celebrações anuais, ficando ao critério de cada um comemorar o que melhor se adequasse ao seu espírito.
O repasto teve lugar n' A Tasca do Careca, na Actor Taborda, ali ao Saldanha, mais precisamente na rua do Cinebolso (para quem não conhece o Cinebolso, aconselha-se pesquisa rigorosa na net, já que se trata de cinema emblemático do bas-fond lisboeta e cultura geral fica sempre bem).
Houve boleias a partir da Faculdade e foi engraçado porque parecia um rally-paper com o pessoal à procura não de pistas mas de lugar para estacionar nas imediações do restaurante.
Comeu-se, bebeu-se e conversou-se "os farrapos", como eu costumo dizer, isto é, em quantidades industriais (Isto aplica-se apenas à conversa porque a quantidade de comida e de bebida foi normal e houve quem só bebesse ice tea, ou água, ou cerveja sem álcool. Um grupo bem comportado, portanto).
Uma tertúlia tão animada que me obriga a pensar que é pecado não fazer estas reuniões com maior regularidade e deixar isto agarrado às datas das festividades habituais. Até porque se discutiram coisas sérias - desde a utilidade do nosso mestrado, até às especificidades de algumas cadeiras, passando pelas artes, pela política, pelas opções de voto, pelas relações, por conceitos tão velhos como o amor ou a amizade.
Fica aqui a sugestão: mais jantares, ou almoços, ou simplesmente espaços de debate e conversa à volta de uma mesa de café.
Como a Tasca do Careca fecha às 2 da manhã, houve baixas no grupo a partir da meia noite mas alguns resistentes foram postos na rua pelos proprietários, eram quase duas e meia.
O balanço é francamente positivo mas que se pronunciem os participantes e digam de sua justiça.
Entretanto, reproduzo aqui o texto colectivo que se engendrou no decorrer do festim, quando já havia gente absolutamente intoxicada com ice tea, pelo que pode parecer que não faz muito sentido mas que nos divertimos, disso não haja dúvida. É uma pálida tentativa de "cadavre exquis" tendo cada um produzido uma frase partindo apenas da última palavra do anterior:

"Esta noite inicia-se o primeiro de muitos lugares de pessoas silenciosas, com medo, vazias, que rasgam o papel porque não gostaram da história, mas era tão chata que...
até pareço um cadáver esquisito porque estou a pensar que nada como o Sporting ter perdido!
Ou achado? Perdido por perdido, achado por achado, deixo para o próximo encontrar o lado!
Depois de andar de um lado para o outro, vi que não encontrava nada
então tirei dois pêssegos do chapéu
e um carro vermelho estava a voar
a voar, mas a voar baixinho, como os crocodilos
crocodilos são verdes e feios e embebedam-se ao entardecer com garrafões de vinho.
No outro dia bebi vinho, de inicio não gostei, era amargo, mas depois comecei a imaginar anões esverdeados e percebi-lhe a piada.
O João ficou muito zangado com a Ana e foi-se embora de repente...
De repente, fez-se luz."

Eu cá gosto do resultado. E vocês?

Madalena Silva



E se não fossemos o que somos, gostávamos de ser...?

"Se não fosse coelhinho, gostava de ser um coelho de Parada de Bouro. Se não fosse coelho, gostava de ser João Botelho, eventualmente Pinto da Costa. Se não fosse eventualmente nem um nem outro, seguramente gostava de ser director-geral dos Impostos. Se não fosse tal, gostava de ser arquitecto.
- Bem, digo eu, e se não fosse arquitecto?
- Então, claro está, queria ser PM. E se não fosse PM, então Berardo. E acabou-se, disse, e bateu com a porta."

Jorge Listopad, in JL, 2-15 janeiro de 2008

Madalena Silva

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Cadáver esquisito parte IV

- Aí vem o cumprimento da promessa…

O facto de querer tudo aos meus pés deixaram as coisas mais difíceis e, mais ainda, por eu não me conformar que o passado findou.
Aqueles últimos dias fizeram-me mudar, mesmo não querendo aceitar bem a ideia de um novo elemento na família; acho que o fardo de todo o ser humano é mudar, mesmo contra a própria vontade.
Olho, de repente, para o espelho e converso com o meu ego: “Será que nunca irei conseguir enfrentar a realidade? A minha vida vive em torno de ciclos, etapas que se prendem a relances de memória”. Vida triste… amargurada… miserável…
Subitamente levanta-se e, de um suspiro forte do peito, toma coragem, caminha calmamente pela sombria casa. Cruza-se com Zulmira. Olhando no fundo dos seus olhos, diz-lhe:
- Afinal … Zulmira interrompe-o e não lhe dá a única hipótese de Barata se expressar na sua frente. Muito zangada recolhe-se no seu quarto.
Barata sai porta fora, pára, grita para o céu, ofende algum ser superior, assegurando Ele lhe roubar a sua fortuna. Corre sem rumo rua abaixo, quase é atropelado, quase é assaltado. Até que chega à margem.

Por Ana Cunha

E o Prémio vai para...D.Inês de Castro e respectiva fundação!

"Pedro Tamen vence primeiro Prémio Literário Inês de Castro"

O escritor Pedro Tamen foi o primeiro vencedor do prémio literário atribuído pela Fundação Inês de Castro com a sua obra "Analogia e Dedos" (edições ASA). O prémio, que visa distinguir uma obra que se insira na temática "Inesiana", tem o valor de 5000 €.

Desde a última aula tenho andado mais atento às notícias dos prémios literários.
Inevitavelmente o que mais me tem chamado à atenção é o montante desses prémios e o maior ou menor grau de aproveitamento das entidades patrocinadoras (não sou uma pessoa muito atenta por isso confesso que nunca tinha ouvido falar desta fundação, já com 3 anos, que mesmo sem um site próprio consegue ser noticia em vários jornais e televisões). Será que podemos avaliar o estado de "saúde" de uma instituição pelo valor do prémio atribuído?
E se realmente assim for qual o valor adequado para um prémio de literatura atribuído pelo Google?

Nuno Fernandes

Um dos GIGANTES editoriais...

Por Andreia Azevedo


Descobri, ao acaso, (o que é sempre engraçado) um artigo sobre a Alemanha e a sua indústria livreira.

A saber, a Alemanha faz parte do grupo de nações com maior produção de livros. O artigo que consultei data de 2006 e na altura estimava-se que as publicações novas e reedições superariam as 80 mil.

Relativamente aos livros em língua alemã vendidos no estrangeiro, os números são igualmente animadores: 5 mil.

É igualmente um pais que reúne o maior evento editorial: Feira do Livro de Frankfurt, no Outono.

O artigo aponta ainda para diversas fases da produção literária nacional, salientando que nos tempos que correm os autores não desenvolvem uma literatura utópica, nem voltada para o futuro; pelo contrário, aposta-se numa descrição da realidade do quotidiano.

Vale a pena consultar: http://www.recife.diplo.de/Vertretung/recife/pt/06/Historia__Cultura/Literatura.html
(Site consultado a 10-01-2008)

Curiosidades:

  • A Feira do Livro de Frankfurt realiza-se desde 1949.

  • Durante a respectiva feira é atribuído o Prémio da Paz do Comércio do Livro Alemão, a um cidadão alemão com reputação a nível internacional.

  • Desde 1988 que todos os anos um país e a sua literatura são o tema central da feira, tendo Portugal sido o centro de interesse no ano de 1997.

Deixo-vos ainda mais dois sites que me parecem interessantes:

http://www.buchmesse.de/de/portal.php - Página Oficial da Feira do Livro de Frankfurt

http://www.boersenverein.de/de/64645 - Página Oficial do Prémio da Paz do Comércio do Livro Alemão.


  • Há ainda uma outra Feira do Livro (o pessoal gosta de reboliço), a de Leipzig - em Março - mais pequena e pelo que averiguei, uma feira que centra a sua actividade junto de públicos mais jovens e estabelece intercâmbio entre o Leste e o Oeste.

Ora aí está uma boa hipótese de visita de estudo. Há disso nos mestrados?

Qual Fónix renascido das Cinzas

por: João Silveira


Para todos aqueles que tinham perdido a esperança:

::: Revista LER :::

ainda respira. (clicai no link)



NOTA: é referido preço de banca (6€) mas o site não informa como os não-sócios a poderão adquirir (foi-me dito no Círculo que podem). Vou investigar e mal tenha novos desenvolvimentos, post-los-ei.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Por Andreia Azevedo



Descodificando as personagens: os três labutando arduamente e de uma maneira, dir-se-á... mais rústica, sou eu e outros colegas nas aulas de Informática para a Edição. O outro moço, já mais futurista e totalmente opto às novas tecnologias é o Nuno, vulgarmente conhecido por Annu.


E tenho dito!



Sugestões de Leitura

Por Andreia Azevedo

Para todos os gostos, versando diversas problemáticas - como os novos modos de edição (digital), a maneira como se lê, o futuro do livro, ou até mesmo um guia com informações precisas de como escrever um livro - aqui ficam as minhas sugestões de leitura e quiça futuras inspirações para trabalhos que venham a desenvolver.







































Somos todos intelectuais e valorizamos imenso a cultura... ou então não...

Por Andreia Azevedo

Já sabemos que o mundo do livro serve para tudo e mais alguma coisa...

Ainda na ressaca da última aula e dos prémios serem dados a quem os atribui, como um puro jogo de marketing e do "ficar bem visto", aqui fica outra tentativa de... embora demasiadamente brejeira e evidente, dir-se-ia mesmo ridícula...




quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Campanha contra a Sida

Por Andreia Azevedo

Colegas, Professor e visitantes,

Aqui fica, na minha opinião, um campanha genialmente bem feita, uma grande edição...


Resumo aula de 08/01/08

Por Andreia Azevedo

Para quem não foi à aula e está um pouco a "apanhar" do ar com os discursos do Nuno e da Madalena ou para quem não esteve tão atento, aqui fica o resumo do que foi falado na aula passada.
No seu habitual tom de conversa de café lá se foram dizendo diversas verdades que muitas das vezes, por seres demasiadamente banais, nos passam ao lado. O texto da Madalena é um bom exemplo disso.
Ao fim ao cabo, a aula acabou por ser uma espécie de um mix de tudo um pouco. Tive a sensação de estar numa daquelas lojinhas, onde se encontra de tudo, mesmo o impensável.
É curioso, ou talvez ridídulo, mas saio sempre daquelas aulas com a pergunta: - Mas como é que algo tão elementar, nos escapa assim? Razão tinha o Eça.
Mas adiante...
Começou uma nova fase para nós, mestrandos.
Se até agora tudo foi muito mais geral e andamos num caminho um pouco turbulento, sem grande poiso, é chegada a hora de começar a organizar ideias e a elaborar críticas.
Começamos ontém o ciclo de leituras subsidiadas pelo professor. A cada semana, vários livros vão ser passados de mão em mão.

Os diversos assuntos focados em aula ficam em seguida esquematizados, se me falhar algum, que alguém se acuse, ou se cale para sempre.

- Os prémios literários: quem vence o prémio? Chegamos à conclusão que o grande vencedor é quem o atribui. E essa resposta engloba toda uma teoria de gestão editorial/marketing.

- Falamos de dedicatórias de Livros - e pelos vistos resultou, não é Madalena?- e de como estás podem ser alteradas em futuras reedições.

- Inércia humana - O facto de existir tanta variedade a nível editorial leva a um ataraxia. O sentimento de ter as coisas de mão beijada que às tantas nos faz ficar imóveis.

- Os objectos literários enquanto espelho da vaidade do próprio leitor: Por ex. no século passado. As pessoas frequentarem actividades culturais para se exibirem e hoje isso até acontecer mas provavelmente em fraca escala.

- A edição muitas das vezes em Portugal não ser feita, mas sim comprada ao exterior, porque simplesmente é mais barata (e aqui entramos no mundo da gestão)

- Razões para não comprar um livro: razões verdadeiras e razões falsas que usamos como justificativa

- Os livros que antes só se vendiam em quiosques e que agora também são comercializados em livrarias.

- O papel dos supermercados no mundo editorial. Importantes na discussão da problemática do livro.


Uma última notícia e por deveras prazerosa: a entrega do trabalho final da cadeira poderá ser feita até final de Fevereiro. "Há coisas fantásticas, não há?"

Há Pr€mios e Prémios

Ao continuar as minhas leituras dos jornais gratuitos (desta feita o Destak) deparei-me com a seguinte notícia de dia 3 de Janeiro “Ex-empregada dos Correios conquista importante prémio literário do Reino Unido”. A notícia é um pouco confusa mas resumidamente conta a história da senhora Catherine O'Flynn, que trabalhava nos Correios e que após várias rejeições por parte de diversas editoras, conheceu a sua sorte ao ganhar o Costa Book Awards um dos mais “prestigiados” prémios (depois da última aula sempre que me referir a prémios prestigiados farei uso de aspas) do Reino Unido com a obra What Was Lost.


Tudo isto é interessante e é sempre bom conhecermos novos escritores que fazem sucesso pelo mundo fora, principalmente quando contrariam o poder das editoras consagradas mas interessante também é conhecermos o valor do prémio. Ora com este prémio a senhora Catherine O'Flynn arrecadou a módica quantia de 7150 € o que, pelas minhas contas, não chega a representar um décimo do “prestigiado” (talvez aqui devesse colocar ainda mais aspas) prémio Leya no valor de 100 000 €.


Estará Portugal a inflacionar o mercado dos prémios “prestigiados”?


Nuno Fernandes

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Dedicatórias - Um mundo a descobrir

Depois de, na aula de hoje, termos falado da dedicatória nos livros e de algumas histórias no mínimo curiosas, cheguei a casa e fui confirmar. Assim, e a saber:
O Delfim, de Cardoso Pires - a minha edição é do Circulo dos Leitores, de Dezembro de 2002 e foi objecto de uma licença editorial por cortesia da D. Quixote, tendo tomado por base o texto da 15ª edição, da D. Quixote precisamente, de 1997, que foi o último revisto pelo autor.
E lá está. Para além de uma introdução pelo punho do Eduardo Prado Coelho de quase 13 páginas que, confesso, só li em diagonal ao estilo do Professor Marcelo, a dedicatória: "Para o Francisco Salgado Zenha, meu amigo". Quem diria? E o mais interessante é que eu já a tinha visto, é claro, mas não tinha pensado no assunto até hoje.
(O que vem provar que as aulas sempre servem para mais do que aquilo que à primeira vista nos parece!)
A seguir, Saramago.
Dos que eu tenho, e por ordem de aparecimento, temos:
Levantado do Chão , de 1980, 4ª edição, 1983 - À Isabel, sempre
(Segue- se uma lista de nomes e a referência de que sem eles o livro não teria sido escrito e ainda À memória de Germano Vidial e José Adelino dos Santos, assassinados.)
Memorial do Convento, de 1982, 30ª edição de 1999 - não tem dedicatória
O Ano da Morte de Ricardo Reis, de 1984, 15ª edição, de 2000, idem
História do Cerco de Lisboa, de 1989, 4ª edição de 1998 - A Pilar
O Evangelho segundo Jesus Cristo, de 1991, 25ª edição, de 2000 - A Pilar
Ensaio sobre a Lucidez, de 2004, 1ª edição - A Pilar, os dias todos. A Manuel Vázquez Montalbán, vivo
A Caverna, de 2000, 2ª edição, de 2000 - A Pilar
O Homem Duplicado, de 2002, 1ª edição (Esta está autografada pelo próprio, espero que valha uns euros quando eu for velhota e precisar de dinheiro para o lar) - A Pilar, até ao último instante; A Ray-Güde Mertin, A Pepa Sànchez-Manjavacas.
Agora é preciso tirar uma coisa a limpo: a primeira senhora do Saramago foi uma D. Ilda Reis, pintora, com quem esteve casado entre 1944 e 1970. Tendo em conta que a segunda senhora dele, e actual, é a "Pilar", a "Pilar, todos os dias" e a "Pilar, até ao último instante", com quem casou, salvo erro, em 88, quem é que raio é a "Isabel, sempre" de 1980, do Levantado do Chão? O homem é um princípe, está visto!
Por fim, a cereja no cimo do bolo: dedicatória à maneira, comme il fault, de verdadeiro bom gosto, é precisamente a do João Ubaldo Ribeiro no A Casa dos Budas Ditosos de que também falámos hoje:
"Para as mulheres".
Está tudo dito.

Madalena Silva

Só uma nota:
na edição que eu tenho do J U Ribeiro, que é a 2ª, de Fevereiro de 2000, a imagem da capa é o Nu sentado com olhos fechados, de Gustav Klimt. A capa com o Egon Schiele que referiram é da 1ª edição? Alguém sabe?

Normas para o bom funcionamento do Cadáver (por mais esquisito que ele venha a ser!)

Nada como tentar "normalizar" o que não é normal!!! Só por isso já devíamos ser considerados um grupo de vanguarda - Os normalistas, célebres criadores do normalismo! Ainda não há, pois não? Vamos nessa.
Ok, então para os seguidores da corrente, aqui vai: Hoje, no final da aula de Teoria, um grupo residual procedeu ao sorteio da ordem pela qual iremos participar na criação do nosso Cadáver Esquisito que, entretanto, já vai na parte III porque eu, o Nuno e a Andreia nos andiantámos e já lançámos os 3 primeiros microcontos. ( O Spilberg na Guerra das Estrelas também começou pela parte III e toda a gente o considera um génio!)
Por isso ficámos de fora deste sorteio que foi devidamente fiscalizado, embora não pela Santa Casa, que até parecia mal.
Assim, a ordem de participação é a seguinte:
- Ana Cunha
- Pierre Hunot
- André Godinho
- Filipa Magalhães
- Ana Valentim
- João Silveira
- Dinis Pires
- Rejane Battisti
- Anna Pallotino
- Sofia Escourido
- Carla Pereira
- Ana Faria
- Carlos Pinheiro
- João Rafael
- Walmira Costa
- Helena Gil
- Isabel Abecassis
- Bárbara Coelho

Olhando para a listagem, verifica-se que falta gente. Apesar de termos incluído alguns que não estavam na aula de hoje(porque nos lembrámos) o facto é que nos esquemos de outros. Por isso, a solução é:
1- Quem está na lista e não quer participar, diga para ser retirado.
2 - Quem não está na lista e quer participar, diga e será acrescentado, no final, por ordem de entrada da manifestação escrita.

As normas para participar são estas:
1- Consultar o blogue com frequência.
2- Verificar se o seu antecessor já deu o respectivo contributo.
3- Logo que esteja dado, inserir o seu próprio contributo.
4- Entre uma entrada e outra não deverão passar mais de dois dias ( podendo, no limite, ir aos 3).
5 - Se não puder cumprir o prazo mas, ainda assim, quiser colaborar, contactar o seu sucessor e propor-lhe uma troca.
6 - Caso não cumpra nem diga nada, no prazo de 3 dias, o sucessor deverá avançar.
7 - Se alguém quiser demorar menos, está à vontade. Nada impede que entrem 2 ou 3 no mesmo dia.
8 - O título será dado apenas no final, depois de discutido e votado entre todos os participantes.
9 - São admissíveis e desejáveis comentários aos contributos de cada um. (A ideia é que o blogue mexa a sério).
10 - Não há regras quanto ao conteúdo. Podem manter o Barata ou eliminá-lo, enterrá-lo, ressuscitá-lo, trazer a Zulmira de volta, introduzir a mulher do Costa, chamar o Eusébio à cena, enrolá-lo com a Amália, matar o La Feria, adoptar o Chocolate, intercalar eleições legislativas, mandar o Sócrates para Marte, chamar o Baudelaire, regar tudo com aguardente velha e no fim lançar-lhe um fósforo e fazer uma grande fogueira de Santo António, a ter lugar em 29 de Fevereiro para comemorar o Ano Bissexto! A Liberdade está na Rua!

§ único: A única regra é a obrigatoriedade de começar cada um dos contos utilizando a última frase do anterior. Não se esqueçam.

§§ ( o que invalida o único indicado no anterior): Não se esqueçam do prémio literário que a Leya vai lançar. Cem mil euros a dividir entre nós dava para uma pipa de meses de férias em grande!! Eu estou muito tentada... e muito precisada! Não me desiludam, faz favor!

Bom trabalho e, sobretudo, divirtam-se à grande.

Madalena Silva

Há-de haver quem Leya

Foi ontem apresentado no Centro de Congressos do Estoril o grupo que reúne as várias editoras que fazem parte do Império de Paes do Amaral. De seu nome "Leya", (segundo Carlos Coelho uma marca nobre, simbolizando o Y a abertura da nossa língua) este é o maior grupo editorial português.

É ainda notícia a criação de um prémio literário por parte do grupo Leya, que contará com um montante de 100 mil euros, para um romance inédito em língua portuguesa.

Por agora fica a informação mas esta é certamente uma notícia que dará muito que falar, a começar pela aula de hoje.



Nuno Fernandes


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Programa Nacional de Promoção de Leitura/Plano Nacional de Leitura

Por Andreia Azevedo



"O Programa Nacional de Promoção da Leitura, que se desenvolve desde 1997, tem por objectivo criar e consolidar os hábitos de leitura dos portugueses, com especial atenção para o público infanto-juvenil, através de projectos e acções de difusão do livro e promoção da leitura, que cobrem todo o território nacional. Neste âmbito, a DGLB desenvolve um conjunto de acções de promoção da leitura, em parceria com as Bibliotecas Municipais ou com a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais (promoção da leitura em estabelecimentos prisionais); produz materiais, como exposições, brochuras, cartazes comemorativos dos Dias Mundiais, a revista Na Crista da Onda, 2ª série, dedicada aos escritores portugueses, etc.; apoia instituições que desenvolvem actividades de promoção da leitura (ex. A Hora do Conto, em hospitais pediátricos, em parceria com a Fundação do Gil); tem um serviço de apoio à leitura on-line (http://sal.iplb.pt).
Em 2007, o programa de acções de promoção da leitura esteve directamente ligado ao Plano Nacional de Leitura. (http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/) "

In site da Direcção Geral do Livro e das bibliotecas



Programa de acções de promoção de leitura 2008:


Cadáver Esquisito Parte III

Por Andreia Azevedo

E assim partiu deixando atrás de si uma chuva de cacos...
O percurso daquela noite ficou lacrado em cada ruga que lhe invade o rosto, em cada recanto da sua alma. Foi uma noite gélida e desnorteada. Pernoitou sobre a imundice, a fome e o degredo, mas mesmo assim sobreviveu. Sobreviveu e jurou mostrar ao mundo que lhe cuspia na cara, que a chuva tudo lava. Havia de deixar de ser mais do que um caixote do lixo onde os outros depositavam o esterco que acumulavam anos e anos a fio.
A juventude foi dura, mas após largos anos a trabalhar no restaurante do Sr. Manuel – para que se saiba a melhor e mais antiga espelunca de Lisboa – o nosso amigo Barata, lá conseguiu amealhar algum dinheiro e novamente cansado de tanta exploração, rumou em direcção a Coimbra, onde haveria de conhecer a sua falecida esposa.
Zulmira era uma mulher complexa. Dotada de um fanatismo religioso, a par de uma pavorosa e não menos sufocante (para quem vivia com ela) obsessão pelas limpezas, lá ia comandando a sempre escanzelada vida do pobre Barata.
Barata mais uma vez se tornara submisso a uma verdade que não era a sua, mas que o conduzia a um baixar de cabeça constante. E a promessa que havia feito, tornava-se numa recordação, já distante...
Na verdade, Barata tinha sido alfabetizado unicamente na formação da palavra sim. Palavra que utilizava numerosas vezes para com os que o rodeavam.
Até que um dia, Zulmira chega do médico com a notícia de que a família ia aumentar. Uma lágrima tímida rolou pela face do "indesejado" e o seu âmago instigou: - Aí vem o cumprimento da promessa...

Cadáver Parte II

Agora é que vais ver como elas te mordem!

Curiosamente esta não era a primeira vez que o Barata ouvia tais palavras. Recordou imediatamente a dolorosa a infância que tivera a bordo do navio-escola em que os pais o colocaram. Eram pessoas simples e de poucos recursos. Ele era o terceiro filho. Não teve escolha.

A vida a bordo era dura. As cordas eram ásperas, as madeiras falhadas e os quartos acastanhados e frios. Os pais visitavam-no ao fim-de-semana. Os colegas agrediam-no durante o dia. Os oficiais castigavam-no de noite. Um dia resolveu enfrentar um colega que o esbofeteara sem razão. Sabia que estava a ir contra a escassa educação que tivera mas naquele dia não teve controlo sobre si. Fechou o punho e imaginou todas as forças que não tinha ao projectar a sua mão ossuda contra o olho do colega. Ainda relembra com surpresa e terror o lenho que lhe provocou. Mas o que recorda com mais intensidade foi o inevitável castigo dos oficiais, ansiosos por punir e educar à força de castigos corporais. Antes de o atirarem de cabeça para a casa das máquinas – foi assim que ganhou a sua célebre cicatriz no pescoço – agarraram-no pelos braços e perguntaram-lhe, “Achas que já és um homenzinho? Agora é que vais como elas te mordem!” Nos dias seguintes sofreu todas as humilhações possíveis a bordo daquela amaldiçoada embarcação. Aprendeu com o sabor do próprio sangue e o barulho dos dentes a estalar o preço do confronto em que entrara. Aprendeu a ter sempre uma fuga, antes de decidir enfrentar fosse que obstáculo fosse na sua vida. E assim fez uma vez mais. Afastou-se do canídeo feroz e com um pulo pouco acrobático saltou pela janela. E assim partiu deixando atrás de si uma chuva de cacos.



Nuno Fernandes

"Eu não estou nada bem. Tenho muitas doenças, talvez umas vinte e três. Agora tenho uma m. chamada incontinência."

Em 8 de Abril passado, o Correio da manhã entrevistou Luiz Pacheco. Terá sido talvez a sua última entrevista. Igual a si mesmo. Como sempre. Só é pena que o vernáculo do seu português de mestre tenha sido suavizado com iniciais e pontos. Mas é o Correio da Manhã, e ainda por cima na revista de domingo. Quase se compreende embora seja um bocado hipócrita fazer isso ao Pacheco.
Leiam aqui porque vale a pena.


Madalena Silva

domingo, 6 de janeiro de 2008

Luiz Pacheco 1925-2008


Morreu este sábado à noite o escritor, editor e crítico literário Luiz Pacheco. [ver notícia aqui]
Confesso não saber o que dizer sobre este homem, este escritor, este personagem, este tipo, este filho da puta de quem eu tanto gosto, que tanto admiro...
Dou a palavra a quem sabe: o nosso professor comenta a notícia aqui , Vitor Silva Tavares aqui, e João Pedro George (o tal que nos promete uma biografia..) aqui.

Deixo-vos também essa magnífica entrevista à extinta revista Kapa, em Julho de 92, que pode ser consultada aqui.


Aviso também os interessados que daqui a pouco, na RTP2 (não consegui saber exactamente a que horas), passa o documentário: Luiz Pacheco - Mais um dia de noite. Vale a pena ser visto.

Ana Valentim

sábado, 5 de janeiro de 2008

O pontapé de saída para o nosso Cadáver Esquisito!

Conforme prometido, aqui vai o 1º microconto que constituirá o contributo inicial para o nosso projecto de Cadáver Esquisito adaptado.
Espero que gostem.
A ideia é que o próximo pegue na última frase e lhe dê continuidade, com absoluta liberdade criativa, claro. Para cumprir a regra do limite das 20 linhas, eu optei por criar o documento em Word e depois copiei-o para aqui. Acho que facilita por causa da ferramenta de contar palavras.
Também não lhe dei título porque acho que poderia ser redutor e condicionar os seguintes. Pensamos nisso no fim.

Aqui vai e divirtam-se!


Quando o Barata ficou viúvo, ao fim de 40 anos de casamento desinteressado e desinteressante, o Costa – amigo de sempre – aconselhou-o a arranjar um cão. “Sempre é uma companhia!” dizia, procurando consolar o parceiro de dominó sem perceber que, na sua recente condição de celibatário forçado, o que o Barata mais vinha apreciando era precisamente a ausência de companhia. Temeroso da crítica se se percebesse que o seu desgosto era de lágrima difícil, o Barata resmungava um “não sei, não sei”, mas acabou por ceder. O Costa arranjou-lhe um rafeiro de pata rasteira e pêlo crespo e acastanhado que, em baptismo colectivo numa tarde de dominó acérrimo, recebeu o nome de Chocolate por causa da cor e de uma certa doçura que lhe transparecia no olhar canino e inevitavelmente fiel.
Seis meses depois, o Barata e o Chocolate estavam em plena lua-de-mel e o viúvo, não sem algum constrangimento à mistura, dava consigo a pensar que a sua relação actual era substancialmente mais feliz que a anterior.
Até à noite em que acordou em sobressalto e, ao seu lado na cama, sentiu um rosnar ameaçador. Acendeu a luz e estranhou o olhar do cão, amarelo de rancor, o beiço levantado a mostrar os caninos ferozes, e aquele ronco interior que não prenunciava nada de bom. E então sentiu a alma a empapar-se em suores frios quando o bicho abriu a boca e lhe disse, numa voz que ele reconheceria em qualquer lado como a da sua falecida Zulmira: “Com que então, achaste que te livravas de mim? Pois estás muito enganado! Agora é que vais ver como elas te mordem!”



Madalena Silva

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Notícias do Ano Velho

Graças às curtas férias natalícias que nos foram concedidas pude colocar em dia a minha pesquisa de notícias interessantes em jornais gratuitos (tarefa por vezes complicada).

A notícia em questão dá conta de uma nova estratégia para a promoção de leitura que irá ser implementada ao abrigo do tão famoso Plano Nacional de Leitura em centros de sáude um pouco por todo o país.

Ao longo do artigo são também feitas considerações em relação ao desenvolvimento da leitura em Portugal e ao que ainda está por fazer. Um artigo leve num tom pouco pessimista, para variar.













Nuno Fernandes

Sobre o 1º inquérito do blog...

Por Andreia Azevedo

Se bem se recordam, foi lançado no blog um inquérito, onde se questionava se o livro digital substituiria ou não o livro em papel.
A vitória do não foi esmagadora, mas será mesmo assim?

Ao folhear a revista Os meus Livros de Janeiro de 2008, conheci o novo aparelho de leitura de livros digitais, lançado pela Amazon: o Kindle.

A Revista apresenta o novo aparelho, a par de um debate acerca dos prós e contras que este acarreta.

Enquanto Vasco Teixeira (Porto Editora) considera um bom passo e acredita em mais desenvolvimentos num futuro próximo, António Lobato Faria (Oficina do Livro) coloca uma questão em cima da mesa: como se preservará os direitos autorais?

Por fim, Francisco Vale (Relógio d´Água) acredita que o valor do livro em papel é inabalável.

É interessante analisar estas duas últimas opiniões. A primeira delas mais realista, apontando uma situação que poderá prejudicar e muito os autores, tendo em conta que muitos sobrevivem com o que amealham das vendas dos seus livros. Se esses mesmo livros se tornarem um “objecto” de livre acesso na Internet, qual será a situação dos respectivos autores? Como será a sua subsistência? E a mesma questão se coloca em relação às editoras.

A opinião de Francisco Vale, já me parece muito mais utópica, tendo em conta a sua postura de demasiadamente convencido que existe uma consciência colectiva do verdadeiro valor das coisas.

Todos sabemos, e por favor não sejamos cínicos, que o excesso de maquinação preenche o mundo e que as pessoas se guiam muito mais por modas do que propriamente por ideais. Não podemos por ventura acreditar que por mais que um grupo restrito valorize um livro impresso em papel, as modas não levem a maioria a optar por aquilo que é considerado o futuro e o avanço, deixando para trás o velho. Acham que as pessoas vão deixar de acreditar que estão a evoluir (pseudo evoluir, mas não interessa)?

É importante reflectir sobre a questão apresentada por António Lobato Faria, mais do que na questão de ser pouco cómodo enquanto sistema de leitura.

Há que pensar nas consequências nefastas que o Kindle e futuros "irmãos" poderão trazer, e combatê-las.

Por que é que pensamos sempre em grupos como conjuntos restrictos e não num todo? É possível criar algo que seja vantajoso a todos, não?

Ano novo, Vida nova!

Olá a todos e um excelente ano de 2008.
Não sei qual é a vossa opinião mas a mim faz-me um bocado de impressão termos um blogue a que damos tão pouca atenção. Tirando a pobre da Andreia que se tem empenhado nos últimos tempos em colocar aqui algumas informações, (e algumas até bastante úteis e interessantes) quase nenhum de nós se esforça para activar o dito cujo! O que é pena. Podíamos fazer desta coisa um espaço bem engraçado já que praticamente todos somos oriundos de áreas ligadas às letras, à escrita, ao pensamento, à comunicação... enfim.
Esta reflexão levou-me a pensar em formas de fazer mexer o blogue e, por consequência, a turma do mestrado ou, pelo menos, os que quiserem participar, já que será uma participação na base do voluntariado, obviamente.
Lembram-se certamente dos microcontos que fizemos para a cadeira de Teoria. Máximo 20 linhas. Fiquem com isso em memória por mais algumas linhas de texto.
Entretanto, eu e mais alguns - a Filipa, o André, a Rejane, a Ana Valentim, o Carlos - temos como opção a cadeira de Estudos Interartes no decurso da qual muito temos falado de vanguardas, cubismo, modernismo, futurismo, sensacionismo, abstraccionismo, surrealismo e muitos outros ismos que nos idos do século 20 marcaram a sociedade portuguesa e europeia.
Claro que seria muita veleidade da nossa parte pensar que poderíamos aqui iniciar uma vanguarda, um novo ismo, uma corrente que nos distinguisse da massa amorfa e cinzenta que constitui o pensamento actual da nossa sociedade, eu sei.
Contudo, dos fracos não reza a história e a glória é dos audazes e mais vale rainha por uma hora que duquesa toda a vida, e há mar e mar e há ir e voltar, e por aí fora!
A proposta é, por isso, criar aqui uma espécie de cadavre exquis, isto é, uma espécie de cadaver esquisito que, como saberão, certamente, é uma técnica inventada pelos surrealistas: "A técnica do Cadáver-Esquisito, na sua forma escrita (e assim denominado por ter sido inicialmente obtido como resultado da sua aplicação à frase o-cadáver-esquisito-beberá-o-vinho novo), foi introduzida no início do século XX pelo Movimento Surrealista francês, consistindo na colagem colectiva de palavras, a partir de um acordo inicial quanto à estrutura frásica, para a qual cada interveniente contribui no passo que lhe cabe, dobrando em seguida o papel para que os demais não tomem conhecimento do que foi escrito; de forma a cumprir a seguinte sequência: artigo, substantivo, adjectivo, verbo (receita que confere ao cadáver o epíteto de ortodoxo). Este método inaugura novas possibilidades no campo dos jogos de palavras ao serviço da Poesia."
Ora aqui no blogue não é possível cumprir as regras do cadaver esquisito integralmente, uma vez que não se pode dobrar papel e avançar sem saber o que o anterior deixou escrito.
Mas podemos adaptar. A minha ideia consiste, por isso, no seguinte: cada um de nós contribui com a redacção de um microconto, sendo que o ponto de partida obrigatório será sempre a última frase (leia-se o último período) do microconto anterior que funcionará assim como uma espécie de reclamo, tornando-se a primeira frase do microconto seguinte.
E porque não chega ter ideias, proponho iniciar o processo com o primeiro microconto.
Mas preciso que me digam se acham a ideia demasiado absurda ou se estão de acordo com ela. E também gostaria de saber a vossa opinião sobre a maneira de passar ao seguinte e a periodicidade. Eu acho que, se queremos realmente agitar o blogue, os textos deviam ser diários ou, quando muito, entrar um novo dia sim, dia não. Há várias possibilidades de dar continuidade: uma delas é cada um entrar quando lhe convier, ou porque lhe surgiu uma ideia, ou porque tem tempo, ou porque gostou do texto anterior e acha que tem um bom mote para lhe dar continuidade, etc.
A vantagem deste método é a total liberdade criativa, o inconveniente é ficarem todos à espera uns dos outros e ninguém escrever nada no tempo devido.
Uma outra hipótese é cada um designar o seguinte, isto é, cada um indica quem vai pegar no seu texto e dar-lhe continuidade.
Bom, para início de ano, acho que é um desafio engraçado. Fico à espera dos vossos comentários para avançar com o primeiro texto.

Madalena Silva