quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Encerramento da Byblos

Por Carlos Pinheiro

Um ano depois de ter sido inaugurada com toda a pompa e circunstância, eis que a Byblos fecha portas. É estranho que uma livraria como estas (a maior do país quer em dimensão ocupada quer em número de livros disponíveis, bem como a mais sofisticada em termos tecnológicos), anunciada como um projecto que tinha consistência, fortes possibilidades de expansão (com a abertura prevista de mais lojas por todo o país), e que vinha revolucionar o panorama editorial (basta lembrar a promessa da disponibilização ao público dos fundos de catálogos de todas as editoras nacionais), pudesse ter este fim e de um modo tão abrupto. Quando vi a notícia pela primeira vez na televisão, fiquei estupefacto. Não queria acreditar. Contudo, é mesmo verdade. Perante isto, comecei de imediato a reflectir sobre alguns aspectos que poderiam estar relacionados com a queda deste gigante:

1.º Porque é que a livraria só encerrou agora? Ao que parece, há já alguns meses (quase desde o início) que o negócio não estava a correr bem. Por outro lado, fechar portas em pleno mês de Novembro (a poucas semanas do Natal), também não me pareceu a estratégia mais adequada. É bom não esquecer que os últimos dois meses do ano são a época de vacas gordas para as editoras, que conseguem obter lucros semelhantes àqueles que fazem ao longo de todo o resto do ano. Ou será que já nem o menino Jesus poderia fazer um milagre e salvar a livraria da falência?

2.º Quais as razões para este encerramento precoce? Será que tem alguma coisa a ver com a crise que todos nós sentimos nas carteiras? Será que as pessoas estão a comprar menos livros? Será da concorrência de outras grandes livrarias? Será da localização? O que acham?

Neste sentido, fiz uma pequena esquisa por alguns blogues especializados e encontrei três artigos muito interessantes nos quais os respectivos autores discutem as razões que segundo eles conduziram a esta situação. Aconselho vivamente a sua leitura (Eduardo Pitta, Jaime Bulhosa e Carla Maia de Almeida).

Deixo-vos com a seguinte reflexão em forma de pergunta - «Byblos: sonho ou ilusão?»

1 comentário:

Anónimo disse...

Para mim é muito simples e já muito batido: localização.