domingo, 12 de outubro de 2008

Por Andreia Azevedo

Buenas Pessoal!
Aqui fica a minha sugestão (embora um pouco atrasada) do nova imagem do blogue. Quem tiver algo a dizer, que diga agora ou se cale para sempre. :p

Aproveito ainda para deixar a minha primeira sugestão de reflexão, neste 3º semestre de Mestrado:

Até que ponto poderemos ressalvar o estilo de um autor?

18 comentários:

Anónimo disse...

Há limites para o estilo. Tem que, acima de tudo, ter um estilo coerente, para que não se disperse o leitor.

Já agora, quanto ao acordo ortográfico, creio que também é da resposabilidade do autor mudar. Não deve ser arrogante ao ponto de dizer "o revisor que trate disso" - não falo dos velhotes como o Lobo Antunes, falo dos ...menos velhotes.

João Silveira disse...

o que é "ressalvar o estilo do autor"?

João Silveira disse...

Ah, e o novo estilo do blog está muito giro.

PS: Dinis, e o Beckett?

Anónimo disse...

João, não sei se percebi bem a tua questão, portanto darei respostas possíveis:

a) O Beckett??, mas já não te devolvi o livro?!

b)Acho que devíamos aplicar o Acordo Ortográfico português nos livros em Francês e Inglês do Beckett.

c)Sim, o Beckett tem vários estilos num único estilo que se torna globalmente coerente.

d)Cala-se seu magano!

e) Talk to the hand

f) What matters who's speaking?

Anónimo disse...

* Cale-se, seu magano!

Madalena S. disse...

Pessoalmente, considero que este aspecto é tão bom como outro qualquer. Mas já não estava à espera de outra mudança. Nem sei se do ponto de vista de imagem é bom mudar tanta vez. Parecemos o Millennium, ou o BES.
De qualquer modo mexi-lhe para acentuar a cor do título que estava desbotadinha e para o aumentar que quase não se via.
E aumentei também o tamanho da letra que a original era imprópria para quem está carregado de dioptrias.
Quanto à sugestão de reflexão, cara Andreia, estou como o João: o que é que queres dizer com ressalvar o estilo de um autor? E sobretudo, de que ponto de vista? Quando dizes "poderemos" referes-te a nós, quem? Os editores?
Era útil explicitares melhor a tua ideia.
Se não, não há forma de concordar ou discordar.
No que respeita ao cão e ao gato, oiçam lá: a ideia é o Beckett aplicar também o nosso acordo?
(Gostaram desta apropriação que eu fiz do acordo? É uma forma de criar afetos - estão a ver? - com o bichinho!)

Drekas disse...

Ora respondendo às questões:

1) Já havia avisado o Carlos que ia alterar a imagem do blogue. A oportunidade surgiu no domingo. Acho importante mudar. Não sou apologista de uma imagem fixa. Se repararem, a imagem do blogue mudou em cada um dos semestres do Mestrado. E mudou porque encarei e encaro cada semestre como um novo desafio e consecutivo objectivo a ser alcançado. No fundo, a mudança tem simbolismo. Não gosto de pensar nas coisas como sempre iguais. Mas assumo, é a minha postura perante a vida.
O blogue não foi alterado dia sim, dia não. Mas tudo isto são opiniões e questões de gosto, acho que nunca chegaremos a um "este é que tem razão".

2) Considero redutora a expressão "tão bom como qualquer outro"... mas adiante.

3) Relativamente à reflexão, o Dinis percebeu. Mas resumindo, até que ponto não se mexe no estilo do autor. Esta questão surge porque me deparei com isso no estágio e não concordo com a opinião do meu orientador. Eu quis mexer, o orientador não deixou, mesmo sendo um péssimo estilo (ele próprio concordou cmg).

4) O "poderemos", aqui, é dirigido a quem lê o blogue, sendo editor ou não.

5) Ponto de Vista? Só me interessa o vosso. A questão foi colocada assim de propósito :p

AnaLu disse...

Por mim uma coisa mais sóbria e menos colorida facilitava a leitura..

E continuo sem perceber essa coisa do ressalvar o estilo. Ressalvar de quem? Dele próprio? De nós próprios? Quem melhor do que o próprio autor para saber o que é e jogar com o seu estilo?

Anónimo disse...

Sim, o autor tem o seu estilo, mas esse mesmo estilo pode ser "melhorado", e aí o editor tem uma palavra a dizer. Por exemplo: "Ó Luandino, acho que esta frase tem um estilo demasiado português europeu, não queres alterar aí uma beca a sintaxe e a semântica?".

Anónimo disse...

1º) Dinis, safaste-te bem a responder ao Beckett com aquela tanga muito Teoria da Literatura "blablabla é tudo quebrado e desconexo e altamente confuso e dispersa à brava o leitor mas, NO CONJUNTO TOTAL DE UMA OBRA VASTA, é coerente porque, pronto, é sempre o mesmo gajo a escrever da mesma maneira". Dentro desta perspectiva, tá safo. No entanto, acho que "estilo" e "limite" são palavras que não se dão muito bem; caso dessem, não existiriam Becketts ou Herberto Helderes ou Ionescos ou Joões Silveiras.
Mais uma vez, concordo e mais ou menos discordo de ti, dependendo do ponto de vista.

2º) Isso de se alterar o estilo de um autor... enfim, alterar bacoradas ou deslizes pindéricos é uma coisa, alterar o ESTILO é outra; aliás, para um escritor ter um estilo próprio é preciso alguma, vá, aceitação global do seu talento, além do talento em si.
Agora, se é um autor (como eu) que escreve assim-assim e por cada prego que manda diz que é estilo, bem, depende daquilo que ele poderá valer enquanto "produtor de matéria-prima" - daí, se calhar, ser preferível, por vezes, não chatear muito o Sr. Autor e engolir alguma pérolas de desconsolo literário.

3º) quanto ao acordo ortográfico: leiam um livro chamado "Compre-me Se Quiser Saber Como Cheguei Aqui" (ou qualquer coisa assim). Tem um capítulo muito giro - intitula-se Troubleshooting - onde a questão é (extremamente bem) falada.

João Silveira disse...

É verdade, Dinis, por acaso não sei se já me devolveste o livro...

Anónimo disse...

João, eu às vezes não concordo comigo. É difícil saber o que eu próprio quero dizer com "melhorar o estilo". Ainda assim, há sempre sugestões para melhorar um texto, até com os Herbertos Helderes, os Joões Silveiras e os Dinis Lapas.

Mas sim, o estilo é algo que não se costuma mudar. Isso deve partir do próprio autor, creio, refutando em parte o que disse anteriormente, depois de reflectir um pouco mais. Talvez porque tenha sido influenciado pela máxima do meu colega de gabinete lá na Assírio: "o estilo não justifica tudo". Ele tem razão, o João também.
Por exemplo, eu tenho um estilo muito próprio, combinando por vezes o fashion com o freak, o beto com o grunge, e às vezes até uso casacos de editor.

Anónimo disse...

Ah, João, já te devolvi o Beckett, mas ainda tenho o do Burroughs e um do Ramos Rosa.

Madalena S. disse...

A propósito desta matéria tão... como dizer?... fascinante, gostaria de "amandar" também o meu "bitaite". Citando Gil, Helena e Borges, Leonor na obra Compre-me se quiser saber como cheguei até aqui - Manual Profissional da Edição Escrito por iniciados, a páginas 30 da unica edição até agora existente, em fotocópias gentilmente oferecidas pelo prefaciador Rui Zink, "O editor deve saber olhar para um manuscrito e assegurar-se da sua qualidade, do seu mérito, deve ter bom gosto e, antes de mais, conhecer o género e o estilo da obra em que está a trabalhar, bem como as suas características principais", pergunto-me: não estará aqui a resposta?
Passo a explicar: Imaginem que eu sou editora. Uma editora célebre, note-se, com estilo, toda fashion.
Propõem-me editar um livro de Zézé Camarinha. Leio o manuscrito. Está cheio de "bacoradas e deslizes pindéricos". Mas, que raio! Aquilo é que faz o "estilo" do homem. E só por causa daquele "estilo" é que a obra vai vender como pãezinhos quentes. Então acham que eu devo emendar uma frase do tipo: "Ó darling, you are very white, i put the cream on you" para qualquer coisa como "ofereci-me para lhe passar creme para proteger a sua pele branca"?
Desculpem lá, mas não estão a ver bem a coisa!
Não lhe mexo numa virgula.
E só vai abonar em meu favor que provo assim que, enquanto editora, conheço o género e o estilo da obra, bem como as suas características principais.
Se, por uma questão de bom gosto, opto por não editar, isso já é outra questão: subo mais uns pontos na consideração de muita gente mas desço vários níveis na opinião do meu gestor de conta. A vida é feita de escolhas difíceis. Mas uma coisa é certa. Quando for grande, quero ser uma editora daquelas que não "ressalvam" o estilo de ninguém.

Nota: para os visitantes deste blogue que não pertencem ao mestrado, a obra acima citada ainda não foi editada.
Estamos em fase de procurar editores que apostem em novos autores e, de preferência, não nos queiram "ressalvar".

João Silveira disse...

Lá está, Madalena: depende tudo do autor, no fundo. Quem é ele, como é ele para quem o lê, o que é ele para quem o lê ou então, melhor ainda, é simplesmente perfeito e poupa trabalho a toda a gente...

Dinis, os teus casacos de editor são do melhor. Gostava de ter um mas acho que vou optar pela "manobra francesa" (como gosto de chamar à coisa) e uso boina. Talvez cachimbo e um cachecol azul escuro.

Madalena S. disse...

Dinis e João:
preciso da vossa opinião: para uma editora fashion como eu, o que é que substitui os casacos à editor?
Reformulando, qual é a farda para o editor, versão feminina?
Também posso usar boina?
Eu gosto de boinas. Até tenho uma, azul.
Preciso dos vossos conselhos avisados.

Anónimo disse...

Cara Madalena, julgo que quanto mais descascada mais fácil será atrair a atenção dos autores. Se forem autoras, fala mal dos homens - porque as escritoras têm tendências feministas.

Madalena S. disse...

Amigo Dinis,
obrigada pelos conselhos que são preciosos. Só não sei se "decascar-me" não terá um efeito pernicioso sobre a humanidade em geral, seja homem ou mulher. É que eu já deixei para trás, há uns tempos mais ou menos largos, a minha faceta de Mónica Belluci ou Letitia Casta ou lá quem são as divas que vocês admiram.
Estou mais próxima da Helen Mirren - que é uma senhora e uma grande atriz, mas quanto mais tapada melhor.
Quanto a falar mal dos homens, que se lixem as feministas mas isso não faço. Os homens são do melhor que há e um homem dá um jeitão para as cosas práticas: mudar móveis, fazer ligações eléctricas, apertar as porcas às torneiras que pingam, tirar a travessa grande da prateleira de cima, fazer furos com berbequim... sei lá! Uma imensidade de utilidades.
Para além disso, alguns até são gentis e há mais uns quantos que escrevem tão bem, tão bem... que até dá gosto ler.
Por isso, vou comprar um cachecol giro para condizer com a minha boina azul e um autocolante a dizer "Vivam os Homens!"