quinta-feira, 27 de março de 2008

BERTRAND, NO CENTRO COMERCIAL VASCO DA GAMA...PARA REFLECTIR!

Por Madalena Silva



Temos de concordar que há lançamentos e lançamentos de livros!

Gostava de abrir aqui o debate sobre estes fenómenos: isto não é literatura, acho eu. É negócio. Ou lógica de mercado.
E o facto de a Bertrand fazer destes negócios, diminui o seu prestígio, ou não? Ou a Bertrand já não tem prestígio?
Ou consegue manter o prestígio editando literatura da boa, mas que vende pouco, e equilibrar o orçamento com "eventos"?
É assim que se faz?
É assim que alguns de nós, que porventura cheguem a ser editores, vão fazer?
Se não for assim não se consegue?
E para complemento dos "eventos" faz-se uma montra a condizer, com o objecto estrategicamente repetido em escaparates de diferentes alturas?
A "minha" Bertrand aqui no Seixal, que é pequenina mas muito jeitosinha, no sábado passado só tinha o dito cujo numa mesa, em destaque mas com sóbria discrição. Como ainda não tive oportunidade de lá voltar, ainda não vi se outros valores se levantaram e o bom do Tony foi parar à montra em substituição de O ECO DA MEMÓRIA, do Richard Powers - que não faço ideia se é bom ou não porque não conheço, mas ganhou o National Book Award e foi finalista do Pulitzer - e que a adornava profusamente há alguns dias.

Há uns tempos, a Andreia - julgo que foi ela - levantava a questão de saber se o editor deve editar apenas o que gosta ou seguir o gosto geral do público. Parece-me uma questão cada vez mais pertinente, face ao panorama actual do mercado editorial.

Está lançado o desafio. Digam o que vos vai na alma sobre esta matéria.

E de caminho, se quiserem documentar-se melhor sobre o "evento" acima retratado, aqui vos deixo a via para mais 11 fotos altamente demonstrativas.

sábado, 22 de março de 2008

Sessão de lançamento do livro O Papel e o Pixel

Olá a todos. Gostaria de partilhar convosco a experiência enriquecedora que tive ao assistir à sessão de lançamento do livro O Papel e o Pixel (José Afonso Furtado, Ariadne Editora, 2007) no dia 19 de Março por volta das 18:30 na livraria Círculo das Letras (Rua Augusto Gil, n.º 15B - transversal da Avenida João XXI, entre o Areeiro e o Campo Pequeno). É um espaço pequeno mas muito acolhedor e interessante que vale a pena conhecer. Esta sessão, que contou com a assistência de cerca de 20 pessoas, foi dinamizada pelo próprio autor, pelo professor Rui Zink e por Nuno Seabra Lopes e Paulo Ferreira, ambos da Booktailors (famosa empresa de consultoria editorial: http://www.booktailors.com/). Contudo, não se tratou de uma mera apresentação de um livro récem-publicado. Pelo contrário, e isso é que foi mais pertinente, o livro foi o pretexto para um debate dos oradores sobre o papel das obras impressas na nossa sociedade, sobre as vantagens e desvantagens da aplicação das novas tecnologias no mundo editorial e sobre o futuro do livro tal como o conhecemos hoje em dia (sem futurologia, diga-se de passagem). Com muita pena minha, tive de sair um pouco mais cedo, mas de qualquer modo, enquanto lá estive, os intervenientes falaram de aspectos muito importantes e que vêm perfeitamente ao encontro do que temos aprendido durante as aulas do nosso Mestrado em Edição de Texto. Indico seguidamente alguns dados e algumas ideias que retive e que me fazem pensar:

1. A maior parte da produção escrita em todo o mundo (cerca de 95%) circula via electrónica e está armazenada unicamente em formato digital;

2. Actualmente, a quantidade total de informação escrita que circula por meios digitais corresponde a qualquer coisa como 36 mil vezes o número total de volumes das actas do congresso norte-americano publicados por ano, e com tendência para crescer;

3. A este ritmo, a fraca capacidade de armazenamento, a lenta velocidade de transmissão e a enorme dificuldade na selecção e na pesquisa da informação digital serão uma realidade em poucos anos (sendo que uma enorme percentagem do que se encontra disponível on-line é, pura e simplesmente, "lixo");

4. A publicação de obras literárias em suporte electrónico veio facilitar o acesso a muitas dessas obras por parte de investigadores, professores e outros interessados, as quais, por um motivo ou por outro, não podiam ser estudadas, conhecidas e divulgadas de outra forma;

5. A escrita digital veio "revolucionar" a própria concepção do objecto "livro" e o modo como os seres humanos adquirem conhecimentos e aprendem, graças essencialmente aos múltiplos percursos cognitivos existentes, fruto das ligações hipertextuais (esta ideia tem um grande impacto sobretudo no meio escolar, ou seja, na forma como os docentes devem guiar o processo de aprendizagem dos seus alunos);

6. O modelo de informação hipertextual não é aplicável a todos os campos da edição, ou seja, existem determinados géneros de escrita em que tal não faz sentido e que justificam o formato impresso tradicional (ex.: uma narrativa - conto ou romance - é um tipo de texto "linear", em que não se justifica dar ao leitor várias hipóteses de caminhos para obtenção de informação, sob pena deste se perder no enredo da acção e da narrativa se tornar demasiado dispersa e confusa);

Creio que já ficaram com uma panorâmica sobre o que se discutiu nesta sessão. A título de curiosidade, acrescento apenas que houve uma breve mas intensa discussão sobre a implementação do Acordo Ortográfico (o professor Rui Zink a favor e Paulo Ferreira contra). Em resumo, foi uma iniciativa muito interessante e acho sinceramentre que este livro, não querendo fazer publicidade, é muito interessante para a nossa área e que vale a pena comprar e ler ou simplesmente folhear para ver se algum dos capítulos nos interessa particularmente.


Por Carlos Pinheiro

sexta-feira, 21 de março de 2008

UM GRANDE EDITOR

Por Madalena Silva


Ainda a propósito da saída de Manuel Alberto Valente da Asa, gostaria de deixar aqui registadas as palavras de Francisco José Viegas sobre MAV, e que me chamaram a atenção quando as li no seu blog A Origem das Espécies:
"Como editor dos meus livros, o Manuel A. V. foi o melhor dos profissionais e o mais atento dos amigos. Separámos amizade e trabalho, respeitando-nos mutuamente, como editor e como autor. Sei que é um dos últimos grandes editores clássicos portugueses. Para ele, a vida dos livros não se reduz ao negócio da edição; acompanhou cada um dos autores, cada fase do processo dos seus livros e construiu e manteve amizades fortes no meio editorial, em Portugal e no estrangeiro, o que diz bem da qualidade do seu trabalho e do seu prestígio como editor. Como autor, sei que não será possível ter um editor como ele, excepto ele mesmo."
Este é, em minha opinião, o retrato de um editor tal como muitas vezes o temos tentado pintar nas aulas de Teoria e, agora, de Técnicas.
A Edição assenta, definitivamente, num mundo de relações e de interacções que se equilibram entre o nível profissional e o nível pessoal.

AFINAL... PARECE QUE HÁ NUVENS NO PARAÍSO...

Por Madalena Silva


O povo que é sábio e sabe-a toda, costuma dizer que nem tudo o que luz é oiro. E tem carradas de razão.
Ainda a procissão vai no adro e o grupo dá os primeiros passos e já o verniz começa a estalar.
Estou a falar do Grupo Leya, pois claro.
Primeiro saiu o Francisco José Viegas - autor da Asa - que, contudo, diz que não tem nada contra o Grupo conforme se pode ler no seu blog A Origem das Espécies.
Depois, saiu o Manuel Alberto Valente - editor da Asa - como a Andreia já aqui tinha dado conta e como se pode ler no
Público ou no DN, entre outros.
Será que vamos ficar por aqui?
Embora nenhum dos dois admita qualquer tipo de divergência com a Administração do Grupo, o facto é que estas saídas dão que pensar.
Para fechar como abri, lá diz o povo que não há fumo sem fogo! E o povo é sábio e sabe-a toda!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Boa Páscoa!!!!!!

Por Andreia Azevedo


Colegas, Professor e visitantes... UMA BOA PÁSCOA!

Muitas amêndoas e ovinhos :)

Até Breve!

Outro Editor a "bater com a porta"...

Por Andreia Azevedo

Mais uma vez um editor "bate com a porta"...

Desta vez é Manuel Alberto Valente a dizer adeus à Asa, após 17 anos de trabalho.

Questionado pela Lusa relativamente ao seu futuro, afirmou: - "Lá mais para diante, com o calor da Primavera, pensarei no que fazer a seguir. Naturalmente, poderei receber propostas que analisarei. Poderei, igualmente, partir para uma aventura pessoal na edição".

Aqui está mais um tema interessante para os nossos indices, se é que já não foi apresentado: O fenómeno da saída de editores após longos anos de trabalho e o novo começo num projecto de cunho individual.

Como eu referia, no comentário que fiz ao último inquérito... até que ponto o mundo não evolui por cunho individual?

sexta-feira, 14 de março de 2008

Nova sessão dos Livros em Desassossego

Por Andreia Azevedo

No próximo dia 27 de Março, pelas 21h30, a Casa Fernando Pessoa receberá mais uma sessão dos Livros em Desassossego, com o tema: Os limites e obrigações da crítica literária.

Á conversa, Clara Ferreira Alves (a), Pedro Mexia (b), José Mário Silva (c), a editora Maria da Piedade Ferreira (d) que apresentará 3 livros que gostaria de editar e Nuno Júdice, na apresentação do seu último livro de poesia: Matéria do Poema - Dom Quixote.


a) Jornalista, Escritora, Crítica Literária, Editora e Redactora. Trabalhou em jornais como o Expresso e o Correio da Manhã.

b) Escritor e Crítico Literário (Público) e Autor do Blogue: Estado Civil: http://estadocivil.blogspot.com/

c) Crítico Literário e Autor do Blogue: O Bibliotecário de Babel: http://bibliotecariodebabel.com/

d) Editora da Oceanos

Editores que melhoram os livros

Hoje, no caderno ípsilon do Público, uma reportagem para saber o que é isso de editing.

Filipa Magalhães

quinta-feira, 13 de março de 2008

sexta-feira, 7 de março de 2008

O maior livro do mundo

Por Andreia Azevedo

É isso mesmo!
Existe o maior livro do mundo, não pelo seu nr. de páginas (isso também haverá), mas sim, pelo seu tamanho e peso.
Foi doado por Michael Hawley, à Biblioteca Naconal da Índia e mede 1.52 de altura por 2.13 de largura, tendo o simpático peso de 62,32 Kg (gosto, especialmente, do pormenor das gramas). Dava uma bela apresentação a HSL.
Digam lá que não gostariam de o ter editado? :)


Ora aqui está ele:

Vivendo e aprendendo...


Resumo da aula de 04/03/08

Por Andreia Azevedo

2ª aula do Semestre...

Eu divido esta aula em quatro partes, duas delas, lembrando ainda (muito), o semestre passado: distribuição de livros e um remake de assuntos que foram tratados outrora, como por ex. o papel do editor, etc.
As outras duas partes: dedicadas ao universo do revisor. Uma das partes teórica, a outra prática. Na vertente teórica de salientar a frase: "Um revisor, quanto menos reflexão fizer, melhor".
No campo técnico, fica o registo da revisão levada a cabo pela turma e que originou alguma controvérsia.
Fica aqui também, este pequeno apontamento das

Técnicas de trabalho de revisão:

0) Ler (A 1ª leitura é desinteressada)
1) Mancha
2) Detalhe
3) Conteúdo;
4) Linhas Caídas.

Palavras-Chave: Simplicidade / Eficácia / Clareza

Houve ainda tempo para o Dinis e o Pierre nos deixarem com uma certa "inveja", ao contarem a sua aventura pelas "Correntes".

Por fim, trabalho final da cadeira: criação de um livro, onde cada aluno escreve um capítulo de 10/15 pág. Não esquecer de 3ª feira apresentar os indices com temas a nível da edição que gostariam de ver tratados.

RESSUSCITA-SE O CADÁVER OU NÃO?

Por Madalena


Ora aqui está o nosso blog com uma nova imagem e um título revisto e actualizado. Pessoalmente até gosto mais.
É caso para se dizer: semestre novo, vida nova!
Assim sendo, gostava de saber - retomamos a ideia do Cadáver Esquisito?
A turma está mais pequena, é capaz de ser mais fácil e ainda mais interessante.
Deixem aqui a vossa opinião. Se estiverem de acordo em retomar a brincadeira, digam e na 3ª feira que vem fazemos novo sorteio entre os interessados em participar. Depois, posso recuperar os posts anteriores referentes ao Cadáver e avançamos para bingo.
Quem recusar é batata podre!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Inside Job

informação sacada a quem está dentro do assunto por: João Santos


Novidades acerca da Revista LER:

andei a recolher informação junto das minhas fonte e, alegria, a LER vai voltar.
Novo formato, mensal mas mantendo o mesmo tom.
Estará muito brevemente (este mês ou no próximo) nas bancas.

Portanto, boas notícias (à partida).

Reflexão sobre o 3º inquérito

Por Andreia Azevedo

Encerrado mais um inquérito!

Ganha a máxima do "quero editar aquilo que gosto".

Quando vinha para o trabalho, estava a pensar no resultado do inquérito, e num livro que li na primavera passada: Os Cisnes de Leonardo de Karen Essex.
O livro gira em torno do universo feminino, dos seus mistérios, sabores e disabores, tendo como pano de fundo a bela Itália do Renascimento.
A trama centra-se em sucessivas guerras de ego, entre as duas irmãs: Isabel, Marquesa de Mantûa e Beatriz, esposa de Ludovico Sforza, Príncipe de Milão. O próprio Ludovico e o seu genial pintor, Leonardo da Vinci, também afirmam e "lutam" pelo seu ego. Ludovico na exuberância dos monumentos que manda construir, espelhando assim a magnitude da sua cultura e o seu refinamento e Leonardo, irreverente e dono dos seus actos, dir-se-ia indomável e genial em cada pincelada ou esboço por si traçado.
Todos procuravam um objectivo comum, a imortalidade.
Embora, na minha opinião, o único com uma identidade muito própria seja Leonardo.
No fundo, acho que todos nós procuramos a afirmação do nosso ego, não é verdade? Positivamente ou não, é para isso que todos caminhamos.
Eu também concordo que devo editar aquilo que gosto. E inicialmente, tinha explicado ao João que sabia que nem sempre poderíamos fazer tudo o que queríamos. Queria apenas perceber a ideia de cada um.
Mas continuo com a mesma dúvida com que comecei este inquérito. O mundo é uma marca individual de alguém que o faz avançar ou uma colectividade?
Um editor é alguém que marca o seu gosto e influencia os demais com ele (um sedutor, citando o prof. Zink), ou alguém que faz o que o mercado pede?
Fala-se muito no fazer o que o mercado pede. E quem ou o quê, o faz pedir?

Uma outra questão... diferença entre quem aprecia e quem faz...

Acho que continuo muito agarrada à Teoria... siga para as técnicas...