o ideal é a obra falar por si, sim; mas não podemos negar que um prefáciozito (uma ou duas palavras porreiras, sem lixo académico) por alguém, digamos, reconhecido, são muito bem-vindas. Se temos a hipótese de ter alguém do nosso lado, porquê teimar em definhar sozinho?)
Acho sempre "sinistro" um prefácio de autor. Uma coisa é ter um prefácio de um terceiro, agora do próprio escritor? A piada está em tentar perceber o que ele nos quer dizer... Penso em de que...
Apre, vocês são tão sanções... O Borges faz belíssimos prólogos aos seus livros. E nos livros de não-ficção é normal -- aliás a introdução tem esse efeito. Pessoalmente, gosto mais do posfácio: não explica a obra (Dinis has a point) mas pode explicar, a posteriori, alguns aspectos: intertextualidade, informações paralelas, notas sobre o processo de escrita, sempre interessantes para alguns amadores. A Margueriten Yourcenar é, por exemplo, sempre luminosa. E o João também tem um ponto: Saramago não precisa de umas palavras da Sofia E, mas a Sofia poderia beneficiar de algumas palavras dele.
O que eu mais gosto neste mestrado é que, diga a gente o que disser, everyone has a point: o prefácio do autor pode ser fatela mas também pode ser vantajoso. Se for posfácio é melhor, embora também possa ser pior porque até parece que o leitor precisa que lhe expliquem o que acabou de ler. Prefácio de quem é mestre é util para vender livros, mas também pode ser algo pedante... Ou seja, Dinis, João, Andreia e Herzé(bemvindo ou vinda!) you all have a point!
Nada melhor para começar o ano, do que estabelecer algum rigor na história.
Com os votos de um grande ano para todos!
ANO NOVO
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade.
EVENTOS E CURSOS
- Curso de Tipografia no AR.CO (Centro de Arte e Comunicação Visual) http://www.arco.pt/
- Curso de Encadernação IAO (Instituto de Artes e Ofícios da U. Autónoma de Lisboa) http://www.iao.web.pt/
V Congresso Internacional da de 20"European Society for Textual Scholarship". De 20 a 22 de Novembro de 2008:
Privado: (não) entrar A Edição de Escritos Pessoais
5 comentários:
Não necessariamente. Não gosto quando os autores falam das suas obras. As obras falam por si.
Não, não é mau. É apenas pouco habitual.
(Dinis,
o ideal é a obra falar por si, sim; mas não podemos negar que um prefáciozito (uma ou duas palavras porreiras, sem lixo académico) por alguém, digamos, reconhecido, são muito bem-vindas.
Se temos a hipótese de ter alguém do nosso lado, porquê teimar em definhar sozinho?)
Acho sempre "sinistro" um prefácio de autor.
Uma coisa é ter um prefácio de um terceiro, agora do próprio escritor?
A piada está em tentar perceber o que ele nos quer dizer... Penso em de que...
Apre, vocês são tão sanções... O Borges faz belíssimos prólogos aos seus livros. E nos livros de não-ficção é normal -- aliás a introdução tem esse efeito. Pessoalmente, gosto mais do posfácio: não explica a obra (Dinis has a point) mas pode explicar, a posteriori, alguns aspectos: intertextualidade, informações paralelas, notas sobre o processo de escrita, sempre interessantes para alguns amadores. A Margueriten Yourcenar é, por exemplo, sempre luminosa. E o João também tem um ponto: Saramago não precisa de umas palavras da Sofia E, mas a Sofia poderia beneficiar de algumas palavras dele.
O que eu mais gosto neste mestrado é que, diga a gente o que disser, everyone has a point: o prefácio do autor pode ser fatela mas também pode ser vantajoso. Se for posfácio é melhor, embora também possa ser pior porque até parece que o leitor precisa que lhe expliquem o que acabou de ler. Prefácio de quem é mestre é util para vender livros, mas também pode ser algo pedante...
Ou seja, Dinis, João, Andreia e Herzé(bemvindo ou vinda!) you all have a point!
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