Por Madalena Silva
No último JL, saiu uma entrevista belíssima com Isabel da Nóbrega cuja leitura recomendo vivamente.
Deixo aqui um apontamento de que gostei particularmente: "Gosto muito de estar cá. Se pudesse, não morria. Um dia, disse à minha filha que me pusessem na campa: Aqui jaz, indignada, Isabel da Nóbrega".
Subscrevo inteiramente.
Deixo ainda para reflexão e possível tema a discutir entre nós, o excerto de uma das suas respostas sobre o que hoje se edita:
"(...)Quando agora entro numa livraria e olho à esquerda e à direita e só vejo aqueles livros que estão a sair, com aqueles títulos e capas, a que dantes chamávamos livros de gare, que se vendiam nas estações, pergunto-me o que estão a fazer os editores, o que trazem aos novos para comprarem e darem aos amigos? Porque há uma responsabilidade no que se edita. E a verdade é que os grandes escritores actuais talvez sejam menos conhecidos do que uns tantos que escrevem ligeirinho, ligeirinho. Ficamos entre o futebol e esses livros. Não percebo para onde vão."
Nem eu.
3 comentários:
Esta afável senhora, no Correntes d'Escritas, disse-me algo como "lê muito e serás um grande editor", enquanto eu dava uma garfada no lombo de porco.
E sabes que mais, caro Dinis?
Estou convencida de que a senhora tem carradas de razão.
Basta pensarmos na aula de hoje e na descrição que o Carlos da Veiga Ferreira nos fez sobre o que é o seu dia/noite normal de trabalho e tudo nos leva a confirmar a ideia de que para se ser um grande editor é fundamental ser um ávido leitor.
E o lombo de porco, estava bom?
Era lombo de porco, simplesmente.
Sim, ler muito, para que nenhum manuscrito nos engane.
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