Por Andreia Azevedo
Buenas Pessoal!
Aqui fica a minha sugestão (embora um pouco atrasada) do nova imagem do blogue. Quem tiver algo a dizer, que diga agora ou se cale para sempre. :p
Aproveito ainda para deixar a minha primeira sugestão de reflexão, neste 3º semestre de Mestrado:
Até que ponto poderemos ressalvar o estilo de um autor?
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18 comentários:
Há limites para o estilo. Tem que, acima de tudo, ter um estilo coerente, para que não se disperse o leitor.
Já agora, quanto ao acordo ortográfico, creio que também é da resposabilidade do autor mudar. Não deve ser arrogante ao ponto de dizer "o revisor que trate disso" - não falo dos velhotes como o Lobo Antunes, falo dos ...menos velhotes.
o que é "ressalvar o estilo do autor"?
Ah, e o novo estilo do blog está muito giro.
PS: Dinis, e o Beckett?
João, não sei se percebi bem a tua questão, portanto darei respostas possíveis:
a) O Beckett??, mas já não te devolvi o livro?!
b)Acho que devíamos aplicar o Acordo Ortográfico português nos livros em Francês e Inglês do Beckett.
c)Sim, o Beckett tem vários estilos num único estilo que se torna globalmente coerente.
d)Cala-se seu magano!
e) Talk to the hand
f) What matters who's speaking?
* Cale-se, seu magano!
Pessoalmente, considero que este aspecto é tão bom como outro qualquer. Mas já não estava à espera de outra mudança. Nem sei se do ponto de vista de imagem é bom mudar tanta vez. Parecemos o Millennium, ou o BES.
De qualquer modo mexi-lhe para acentuar a cor do título que estava desbotadinha e para o aumentar que quase não se via.
E aumentei também o tamanho da letra que a original era imprópria para quem está carregado de dioptrias.
Quanto à sugestão de reflexão, cara Andreia, estou como o João: o que é que queres dizer com ressalvar o estilo de um autor? E sobretudo, de que ponto de vista? Quando dizes "poderemos" referes-te a nós, quem? Os editores?
Era útil explicitares melhor a tua ideia.
Se não, não há forma de concordar ou discordar.
No que respeita ao cão e ao gato, oiçam lá: a ideia é o Beckett aplicar também o nosso acordo?
(Gostaram desta apropriação que eu fiz do acordo? É uma forma de criar afetos - estão a ver? - com o bichinho!)
Ora respondendo às questões:
1) Já havia avisado o Carlos que ia alterar a imagem do blogue. A oportunidade surgiu no domingo. Acho importante mudar. Não sou apologista de uma imagem fixa. Se repararem, a imagem do blogue mudou em cada um dos semestres do Mestrado. E mudou porque encarei e encaro cada semestre como um novo desafio e consecutivo objectivo a ser alcançado. No fundo, a mudança tem simbolismo. Não gosto de pensar nas coisas como sempre iguais. Mas assumo, é a minha postura perante a vida.
O blogue não foi alterado dia sim, dia não. Mas tudo isto são opiniões e questões de gosto, acho que nunca chegaremos a um "este é que tem razão".
2) Considero redutora a expressão "tão bom como qualquer outro"... mas adiante.
3) Relativamente à reflexão, o Dinis percebeu. Mas resumindo, até que ponto não se mexe no estilo do autor. Esta questão surge porque me deparei com isso no estágio e não concordo com a opinião do meu orientador. Eu quis mexer, o orientador não deixou, mesmo sendo um péssimo estilo (ele próprio concordou cmg).
4) O "poderemos", aqui, é dirigido a quem lê o blogue, sendo editor ou não.
5) Ponto de Vista? Só me interessa o vosso. A questão foi colocada assim de propósito :p
Por mim uma coisa mais sóbria e menos colorida facilitava a leitura..
E continuo sem perceber essa coisa do ressalvar o estilo. Ressalvar de quem? Dele próprio? De nós próprios? Quem melhor do que o próprio autor para saber o que é e jogar com o seu estilo?
Sim, o autor tem o seu estilo, mas esse mesmo estilo pode ser "melhorado", e aí o editor tem uma palavra a dizer. Por exemplo: "Ó Luandino, acho que esta frase tem um estilo demasiado português europeu, não queres alterar aí uma beca a sintaxe e a semântica?".
1º) Dinis, safaste-te bem a responder ao Beckett com aquela tanga muito Teoria da Literatura "blablabla é tudo quebrado e desconexo e altamente confuso e dispersa à brava o leitor mas, NO CONJUNTO TOTAL DE UMA OBRA VASTA, é coerente porque, pronto, é sempre o mesmo gajo a escrever da mesma maneira". Dentro desta perspectiva, tá safo. No entanto, acho que "estilo" e "limite" são palavras que não se dão muito bem; caso dessem, não existiriam Becketts ou Herberto Helderes ou Ionescos ou Joões Silveiras.
Mais uma vez, concordo e mais ou menos discordo de ti, dependendo do ponto de vista.
2º) Isso de se alterar o estilo de um autor... enfim, alterar bacoradas ou deslizes pindéricos é uma coisa, alterar o ESTILO é outra; aliás, para um escritor ter um estilo próprio é preciso alguma, vá, aceitação global do seu talento, além do talento em si.
Agora, se é um autor (como eu) que escreve assim-assim e por cada prego que manda diz que é estilo, bem, depende daquilo que ele poderá valer enquanto "produtor de matéria-prima" - daí, se calhar, ser preferível, por vezes, não chatear muito o Sr. Autor e engolir alguma pérolas de desconsolo literário.
3º) quanto ao acordo ortográfico: leiam um livro chamado "Compre-me Se Quiser Saber Como Cheguei Aqui" (ou qualquer coisa assim). Tem um capítulo muito giro - intitula-se Troubleshooting - onde a questão é (extremamente bem) falada.
É verdade, Dinis, por acaso não sei se já me devolveste o livro...
João, eu às vezes não concordo comigo. É difícil saber o que eu próprio quero dizer com "melhorar o estilo". Ainda assim, há sempre sugestões para melhorar um texto, até com os Herbertos Helderes, os Joões Silveiras e os Dinis Lapas.
Mas sim, o estilo é algo que não se costuma mudar. Isso deve partir do próprio autor, creio, refutando em parte o que disse anteriormente, depois de reflectir um pouco mais. Talvez porque tenha sido influenciado pela máxima do meu colega de gabinete lá na Assírio: "o estilo não justifica tudo". Ele tem razão, o João também.
Por exemplo, eu tenho um estilo muito próprio, combinando por vezes o fashion com o freak, o beto com o grunge, e às vezes até uso casacos de editor.
Ah, João, já te devolvi o Beckett, mas ainda tenho o do Burroughs e um do Ramos Rosa.
A propósito desta matéria tão... como dizer?... fascinante, gostaria de "amandar" também o meu "bitaite". Citando Gil, Helena e Borges, Leonor na obra Compre-me se quiser saber como cheguei até aqui - Manual Profissional da Edição Escrito por iniciados, a páginas 30 da unica edição até agora existente, em fotocópias gentilmente oferecidas pelo prefaciador Rui Zink, "O editor deve saber olhar para um manuscrito e assegurar-se da sua qualidade, do seu mérito, deve ter bom gosto e, antes de mais, conhecer o género e o estilo da obra em que está a trabalhar, bem como as suas características principais", pergunto-me: não estará aqui a resposta?
Passo a explicar: Imaginem que eu sou editora. Uma editora célebre, note-se, com estilo, toda fashion.
Propõem-me editar um livro de Zézé Camarinha. Leio o manuscrito. Está cheio de "bacoradas e deslizes pindéricos". Mas, que raio! Aquilo é que faz o "estilo" do homem. E só por causa daquele "estilo" é que a obra vai vender como pãezinhos quentes. Então acham que eu devo emendar uma frase do tipo: "Ó darling, you are very white, i put the cream on you" para qualquer coisa como "ofereci-me para lhe passar creme para proteger a sua pele branca"?
Desculpem lá, mas não estão a ver bem a coisa!
Não lhe mexo numa virgula.
E só vai abonar em meu favor que provo assim que, enquanto editora, conheço o género e o estilo da obra, bem como as suas características principais.
Se, por uma questão de bom gosto, opto por não editar, isso já é outra questão: subo mais uns pontos na consideração de muita gente mas desço vários níveis na opinião do meu gestor de conta. A vida é feita de escolhas difíceis. Mas uma coisa é certa. Quando for grande, quero ser uma editora daquelas que não "ressalvam" o estilo de ninguém.
Nota: para os visitantes deste blogue que não pertencem ao mestrado, a obra acima citada ainda não foi editada.
Estamos em fase de procurar editores que apostem em novos autores e, de preferência, não nos queiram "ressalvar".
Lá está, Madalena: depende tudo do autor, no fundo. Quem é ele, como é ele para quem o lê, o que é ele para quem o lê ou então, melhor ainda, é simplesmente perfeito e poupa trabalho a toda a gente...
Dinis, os teus casacos de editor são do melhor. Gostava de ter um mas acho que vou optar pela "manobra francesa" (como gosto de chamar à coisa) e uso boina. Talvez cachimbo e um cachecol azul escuro.
Dinis e João:
preciso da vossa opinião: para uma editora fashion como eu, o que é que substitui os casacos à editor?
Reformulando, qual é a farda para o editor, versão feminina?
Também posso usar boina?
Eu gosto de boinas. Até tenho uma, azul.
Preciso dos vossos conselhos avisados.
Cara Madalena, julgo que quanto mais descascada mais fácil será atrair a atenção dos autores. Se forem autoras, fala mal dos homens - porque as escritoras têm tendências feministas.
Amigo Dinis,
obrigada pelos conselhos que são preciosos. Só não sei se "decascar-me" não terá um efeito pernicioso sobre a humanidade em geral, seja homem ou mulher. É que eu já deixei para trás, há uns tempos mais ou menos largos, a minha faceta de Mónica Belluci ou Letitia Casta ou lá quem são as divas que vocês admiram.
Estou mais próxima da Helen Mirren - que é uma senhora e uma grande atriz, mas quanto mais tapada melhor.
Quanto a falar mal dos homens, que se lixem as feministas mas isso não faço. Os homens são do melhor que há e um homem dá um jeitão para as cosas práticas: mudar móveis, fazer ligações eléctricas, apertar as porcas às torneiras que pingam, tirar a travessa grande da prateleira de cima, fazer furos com berbequim... sei lá! Uma imensidade de utilidades.
Para além disso, alguns até são gentis e há mais uns quantos que escrevem tão bem, tão bem... que até dá gosto ler.
Por isso, vou comprar um cachecol giro para condizer com a minha boina azul e um autocolante a dizer "Vivam os Homens!"
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